terça-feira, 9 de setembro de 2008
Flor de Manga
Abre a janela e sente o cheiro de flor de manga entrar pelo quarto. Fecha os olhos, respira bem fundo e sorri. É como voltar no tempo, a árvore no quintal, no quintal da avó, no quintal vizinho, a casa da árvore. As folhas. As folhas espalhada pelo chão, a casca da árvore. O tato. O cheiro. Os gostos. As brincadeiras de rua. Féria de julho! A molecada espalhada pela rua... De dia, de noite... riscando o asfalto com pedra, sujando os pés nos chinelos de dedo... O sol queimando a pele, a noite trazendo os gatos... As calçadas ficavam mais perto. Eram ásperas, acolhedoras, sala de estar dos sonhos vagos. Dos risos fartos, dos corações intactos.
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2 comentários:
"Dos risos fartos, dos corações intactos"
O que relata a pureza de ser criança mesmo quando se já "gente grande". Como dedicar toda uma vida a um silêncio incoente. Atordoa. E pensar nas vezes em que não pisei na areia. Iria sujar meus pés. Minha mãe se aborreceria. E a infancia? Presa nos alicerces de concreto. O cadeado. A corrente. A dor. A vontade. O não ir. Sem lágrimas. Não se pode perder o que não se tem. Afinal, que é mesmo o chinelo de dedo sujo de terra?
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