“Ele faria da queda um passo de dança,
do medo uma escada, do sono uma ponte,
da procura um encontro.”
(Fernando Sabino)
Eu não me encontrava nos espelhos. Não me via nas fotos. Apenas o espectro de mim mesma. Fantasmas. Frestas. Arestas. Lacunas que não me sentia capaz de preencher. Procurei por mim mesmas entre os escombros da memória. Por entre as flores que havia, há tempos, semeado. Busquei encontrar o perdido nas pedras e espinhos que deixei minhas próprias mãos espalharem pelo chão da minha travessia. Pedras. Eu esqueci a mim mesma em algum dos vazios entre elas.
Precisei de diversas equidises pra chegar até aqui. Precisei morrer dentro de mim mesma. Destruir para construir. Precisei renascer pra me encontrar. Precisei de tapas no rosto. Vezes, eu mesma os teria dado. Fitar o espelho. O avesso. A imagem refletida ao contrário. Apenas imagem. O palpável. Mas mergulhar nos olhos é tão diferente. Eu estou dentro de mim. Eu sou. Eu busco. Não me canso de buscar.
Somente olharia para o outro, depois de ver a mim mesma. Refletida nos meus próprios olhos. Posso saber que O ENCONTREI, quando souber O QUE procuro. Parece simples. Não é. Ninguém disse que seria.
Mas alguma parte dentro de mim sempre soube que eu seria capaz “... faria da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.” (Fernando Sabino).
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