quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Sunday, Bloody Sunday.
A procura. A gente sempre se encontra só. Não quando só. Talvez entre um cigarro e outro. Perceba-se só. Mas então por que. A busca ocorre internamente. O eu minimizando-se a pó. E tudo que temos são as lembranças do que não foi vivido. As marcas deixadas na palma de nossas mãos, diria a Lygia. A prova do fogo. Que não ardeu. O fogo da argola pela qual pulamos. Passa-se reto, na maioria das vezes.A sombra buscando refúgio no chão. Perseguindo uma bicicleta que segue distante. Longe. De tudo. Voaria se pudesse. Sumiria. Deixaria a dúvida de ter existido ou não. Seria sonho. Apenas. Nada de ossos. Olheiras. As estrelas ainda estavam lá. Não todas, é claro. As mais brilhantes costumam se esconder nas horas de confusão. A porta faz barulho quando fechada. O portão gritou. Escapou de minhas mãos. Peço desculpas. Aceitas. O choro não estava mais. Agora só os gritos. Internos. Ecoando as paredes do quarto. Vai. Se joga. E a parede insiste em ser branca. Em ser matéria. Em ser sã. As pernas. Pra onde foram? Os braços. Onde estão? O abraço seria real? Ficou só a pele. A imposição do sexo. A procura. Quero ser então. Quero fazer. Como o autor. Do livro. Aquele na estante. Da queda um passo de dança. Do medo uma escada. Do sono uma ponte. Da procura um encontro. É o que falta. Escada. Ponte. Encontro. Talvez.
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